Implicações da vida administrada e guerra civil no pensamento político de Arendt e Agamben

Autores

  • Daniel Nery da Cruz Doutorando pela UNISINOS e professor da UEFS.

Palavras-chave:

Arendt. Agamben. Stasis. Política. Ação.

Resumo

Neste artigo faremos uma investigação sobre a vida administrada em Hannah Arendt e Giorgio Agamben, elaborando uma compreensão da filosofia política dos dois autores na concepção que cada um desenvolve sobre a guerra civil e o espaço político. Para isso, destacaremos como Arendt relaciona a vida política a uma liberdade pública do povo e não uma liberdade interior com base na contemplação filosófica. Liberdade e revolução estão intimamente interligados para o entendimento da política. Sobre o conceito de guerra civil em sua obra Sobre a Revolução, Arendt afirma que é preciso negar a naturalização da igualdade e qualquer forma de poder alienante. Quando a revolução é direcionada de uma forma em que não é a vida, mas os princípios e as instituições democráticas que são a centralidade, abre-se um espaço para o novo, ao agir político ou o que denominamos de ação anárquica. O entendimento da noção da vida e sua relação com a política é o debate que Arendt faz sobre a guerra civil ou a revolução, por isso tratamos nesta pesquisa também de refletir sobre o que Agamben chama de stasis ou guerra civil em grego e como ele interpreta a biopolítica com esse conceito, inclusive com uma crítica à própria Arendt pela confusão entre os conceitos de revolução e guerra.

Biografia do Autor

Daniel Nery da Cruz, Doutorando pela UNISINOS e professor da UEFS.

Mestre em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA. Doutorando em Filosofia – UNISINOS. Pesquisador do Núcleo Avançado de Estudos da Contemporaneidade – UESB. Integrante do grupo de pesquisa ética, biopolítica e alteridade CNPQ. Bolsista PROSUC/CAPES.

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Publicado

2019-04-22

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