A CONTRADIÇÃO FUNDAMENTAL ENTRE A LÓGICA-VALOR DO CAPITAL [ASSIM COMO DA RIQUEZA ADVINDA DO TRABALHO HUMANO] E A TERRA (WOLFDIETRICH SCHMIED-KOWARZIK)

Autores

  • Rosalvo Schütz

DOI:

https://doi.org/10.30611/2021n21id70912

Palavras-chave:

Crematística, Lógica do valor, Natureza, Oikonomia, Transformação revolucionária.

Resumo

Platão e Aristóteles já haviam detectado uma contradição fundamental entre a oikonomia e a crematística: uma sendo geradora de bem-viver e outra preocupada exclusivamente com o acúmulo de dinheiro. Também Hegel, à sua maneira, demonstrou que, tendencialmente, a sociedade moderna se contrapõe à vida humana e à natureza. Mas foi Marx o primeiro a demonstrar como a lógica do valor, própria da dinâmica produtiva capitalista, instrumentaliza e tende a destruir tanto os seres humanos quanto a natureza. Interessada unicamente na produção de mais-valia, a dinâmica capitalista não se importa em deixar para trás escombros de destruição ambiental e crescente pobreza humana. A lógica da valorização do valor, estaria, portanto, na base de nossa relação alienada com a natureza. A superação dessa tendência implicaria uma transformação revolucionária da própria estrutura da sociedade capitalista, a partir de uma práxis sustentada pela aliança entre as vítimas humanas desse processo no contexto de uma reconciliação com a natureza. (Resumo elaborado pelo tradutor).

*Título original: Der Grundwidespruch zwischen der Wertlogik des Kapitals sowie dem Reichtum aus der menschlichen Arbeit und der Erde. Palestra proferida em 2006 num evento em Nürnberg e publicado pela primeira vez em (Müller, 2007) e republicado como capítulo final em (Immler, Hans; Schmied-Kowarzik, 2011). 

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2021-04-30

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