COTIDIANO E PRÁTICAS PUNITIVAS: UM ESTUDO SOBRE A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS EM ESCOLA PÚBLICAS DO CEARÁ

Autores

  • Katury Rayane Rodrigues Ramos Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Rosemary de Oliveira Almeida Universidade Estadual do Ceará

Resumo

Reflexões em torno do cotidiano das escolas observadas, em que a mediação de conflitos vem sendo instaurada, demonstram que as soluções dos conflitos ainda perpassam a busca pelo disciplinamento e construção de regras. O objetivo deste artigo é trazer outras formas de visualização dos conflitos sociais escolares por meio da mediação de conflitos. O recurso de pesquisa utilizado é qualitativo com cunho exploratório descritivo, posto que sua principal finalidade é identificar como as escolas trabalham a mediação de conflitos. Os métodos qualitativos de análises utilizados foram observações do cotidiano escolar com a inserção em campo, coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas com os agentes mobilizadores da proposta de mediação, professores das escolas e agentes do Estado inseridos na proposta. Este artigo parte da hipótese de que a cultura punitiva e as práticas educativas coercitivas, que caracterizam a maioria das práticas escolares, ampliam os problemas relativos à violência e a conflitos sociais no interior da escola. A construção de novos hábitos, por meio de uma ressignificação do ambiente escolar, com a inserção da mediação de conflitos, propõe uma reconfiguração das relações sociais e de um novo paradigma na escola. A escola municipal do Mar é o campo de análise. Localizada no bairro Mucuripe, na cidade de Fortaleza (CE), esta escola da rede municipal de ensino está vinculada à Secretaria Municipal de Educação (SME) e ao distrito II de educação. Os desafios apontam para necessidade de pensar a escola e os sujeitos escolares, pois práticas de mediação involuntárias e a intervenção técnica mediadora são os resultados da abordagem restaurativa dos conflitos.

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Publicado

2017-12-21

Edição

Seção

Artigos