DIALOGICIDADE E ESCUTA SENSÍVEL:

METODOLOGIAS ATIVAS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO ENTRE AFETOS DA PANDEMIA DE COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24882/eemd.v43i86.77983

Palavras-chave:

Dialogicidade, Ensino Superior, Escuta sensível, Metodologias ativas, Pandemia

Resumo

O ato de ensinar transcende as paredes da sala de aula e se alinha com os fatores internos e externos que o indivíduo, a ser ensinado, vivencia. Nesse caso, não se
pode dissociar a vida da educação. Um exemplo para essa questão é a pandemia decorrente do vírus respiratório chamado SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19. Ele vem produzindo impactos que vão além da ordem epidemiológica e se estendem para os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos de ordem global. Nessa perspectiva, o artigo objetiva discutir a dialogicidade e a escuta sensível como metodologias ativas no ensino superior emergencial remoto durante a pandemia de covid-19, a partir dos dados de um projeto de extensão desenvolvido entre/com docentes e discentes do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A metodologia empregada foi da realização de visitas virtuais com os partícipes discentes e seus familiares uma vez por semana, nas quais se realizavam a escuta sensível e o diálogo para depois pensar ações de intervenção em conformidade com as necessidades dos sujeitos envolvidos. Os dados produzidos pelo projeto confirmam a dialogicidade e a escuta sensível como metodologias ativas no ensino superior emergencial remoto, além de apresentá-las como movimentos que amenizam os impactos causados pela pandemia de covid-19. Eles foram os caminhos dos afetos que ampararam aquele aluno/a que estava passando por situações críticas, que sentia a falta física do espaço universitário, dos colegas e professores/as. Considera-se, pelas implicações trazidas no estudo, que a dialogicidade e a escuta sensível são dois alicerces de uma metodologia ativa que beneficia a relação aluno-professor e aluno-universidade, acolhe e aproxima o discente ao seu curso, de sua universidade, muitas vezes, chamada por eles de sua segunda casa.

Biografia do Autor

Poliana Gomes de Oliveira Guedes, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduanda em Psicopedagogia Clínica, Institucional e Hospitalar pela Faculdade de Ensino Superior do Piauí (FAESPI). Pesquisadora na área de Educação com ênfase em formação de professores e práticas pedagógicas. Membra do Núcleo de Pesquisa em Educação, Formação Docente, Ensino e Práticas Educativas (NUPEFORDEPE–UFPI).

Maria Dolores dos Santos Vieira, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Professora da UFPI, Departamento de Fundamentos da Educação (DEFE). Coordenadora do “Projeto Covid-19: a UFPI em casa nas Ações Colaborativas da Pedagogia entre Afetos da Pandemia”. Membra do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Cidadania (NEPEGECI) e Observatório das Juventudes e Violências na Escola (OBJUVE–UFPI).

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Publicado

2021-12-24