ROMPER COM A COLONIALIDADE E EDUCAR PARA A LIBERDADE:

UM ESTUDO SOBRE O NOVO “ANORMAL”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24882/eemd.v43i86.77999

Palavras-chave:

Interseccionalidade, Decolonialidade, Ensino Remoto

Resumo

Este artigo apresenta resultados de uma ação desenvolvida em 2020, para contribuir na criação de estratégias para implantação de rotinas pedagógicas em uma escola de ensino fundamental I, na periferia de Porto Velho (RO), nos meses iniciais da pandemia do coronavírus. O estudo foi estruturado a partir de conceitos do feminismo negro (interseccionalidade e decolonialidade) de Audre Lorde (2019a, 2019b), bell hooks (2017), Conceição Evaristo (2014) e Lélia Gonzales (2020), articulando-se às narrativas de professoras na formação continuada com foco no enfrentamento ao novo “anormal”. Como resultado, verificou-se um apartheid epistemológico e social por meio da divisão racial do trabalho no espaço escolar e dos processos que tendem a ampliar as diferenças entre as infâncias nas práticas pedagógicas dos anos iniciais.

Biografia do Autor

Rosângela Aparecida Hilário, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Pós-doutorado e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Departamento de Ciências da Educação e do Mestrado Acadêmico em Educação da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Líder do Grupo de Pesquisa Ativista Audre Lorde. Membra da Academia Rondoniense de Letras.

Melba de Souza Rodrigues, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Mestranda do Mestrado Acadêmico em Educação da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Estela Araújo Compasso. Pedagoga e especialista em Gestão Escolar.

Vinícius de Souza Santos, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Acadêmico do Curso de Pedagogia (UNIR). Intérprete de Libras. Membro do Grupo de Pesquisa Audre Lorde.

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Publicado

2021-12-25