SOCIEDADE TECNOLÓGICA E OS NOVOS PADRÕES DA INDIVIDUALIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/eemd.v45i90.91257

Palavras-chave:

sociedade tecnológica, razão instrumental, individuação

Resumo

Partindo dos elementos críticos de Marx e da sua tese fundamental de que o homem é o sujeito da sua própria história, o filósofo Herbert Marcuse busca compreender e evidenciar as mazelas da sociedade tecnológica que afeta a própria individualidade do ser humano ao ponto de levá-lo a participar da sua própria desumanização e exploração. Tomando essas considerações, este artigo objetiva demonstrar o pensamento de Marcuse ao examinar as razões pelas quais essa sociedade se torna desumanizadora e marcada por uma racionalidade tecnológica e instrumental, cujos sujeitos são os próprios homens que acabam por interiorizar a ideologia e os mecanismos dominadores do aparato dessa sociedade como se fizessem parte da sua própria natureza humana. Tudo isso bloqueia o desenvolvimento do ser digno do
homem e das suas potencialidades, reduzindo-as ao consumismo e ao egoísmo, provocando uma padronização de comportamento e, consequentemente, novos padrões da individuação humana, do seu ser genérico. Portanto, apesar dos inúmeros benefícios proporcionados pelo desenvolvimento da tecnologia, a razão tecnológica e instrumental resultante desse desenvolvimento domina todos os setores da vida humana, determinando, inclusive, as aspirações e os desejos dos homens, fazendo emergir novos padrões da sua individualidade, afetando a sua vida individual e/ou coletiva.

Biografia do Autor

Adauto Lopes da Silva Filho, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e licenciado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Fortaleza (FAFIFOR). Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia e em Educação da UFC. Líder do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica, Filosofia e Educação.

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Publicado

2023-06-17