@article{Cardoso_2019, title={A autoficção como luto: a contranarrativa da AIDS em Hervé Guibert (1990)}, volume={5}, url={http://www.periodicos.ufc.br/emperspectiva/article/view/41642}, abstractNote={<p>A partir das obras finais do escritor francês Hervé Guibert (1990), este trabalho objetiva estabelecer a <em>autoficção</em> enquanto uma contranarrativa de uma experiência-limite, no caso, a epidemia de aids que se inicia na década de 1980. A compreendendo para além de suas possibilidades enquanto gênero literário, mas também como uma <em>prática</em> autoficcional, a elaboração desse trauma socialmente marginalizado esbarra nas limitações das escritas (auto)biográficas, e assim, pela subversão dos valores referentes à esse modelo, a autoficção manifesta-se como uma escrita estratégica que visa atravessar tais barreiras. Frente a uma experiência com tamanho poder de (des)subjetivação, possuindo temporalidades que lhe são próprias, pontuo uma aproximação com a consolidada literatura de testemunho, cujas releituras do impacto da <em>Shoah </em>ajudam a pensar a dificuldade da narração do trauma da aids e do luto irrealizado. O livro <em>Para o amigo que não me salvou a vida </em>(1990), assim, pode ser pensado como a produção de uma contranarrativa da morte decorrente por aids de Muzil, personagem associado ao filósofo Michel Foucault, colidindo com uma construção biográfica oficial baseada nos silêncios e não-ditos que encobriram a enfermidade em suas décadas iniciais, oferecendo, em resposta, a narração de uma subjetividade contemporânea e produzida historicamente.</p>}, number={1}, journal={Em Perspectiva}, author={Cardoso, Guilherme da Silva}, year={2019}, month={jul.}, pages={120–145} }