A AUTOFICÇÃO EM CAIO FERNANDO ABREU, O “BIÓGRAFO DAS EMOÇÕES”

Autores

  • Roseane Graziele da Silva Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Samara Alves Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Juliane Vargas Welter Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo

Neste trabalho, propomos uma leitura do conto “Depois de agosto”, de Caio Fernando Abreu, a partir da ideia de autoficção. Compreendendo as características que tornam a autoficção distinta, das narrativas autobiográficas e da narrativa tradicional em terceira pessoa, mostramos como a escritura ao mesmo tempo aproxima e distancia o autor dos acontecimentos narrados. Surge dessa leitura a problemática em torno das intersecções entre o real e o ficcional e entre as posições discursivas do narrador e do autor, bastante discutidas na atualidade e vistas, por muitos críticos, como tendências da literatura contemporânea. Para entender o texto como autoficional e, portanto, relacionado à biografia do autor, tecemos comparações entre as fabulações do conto e acontecimentos por ele narrados em suas crônicas, gênero que propõe a identificação entre autor e narrador. Em nosso referencial teórico, utilizamos autores como Lejeune (1994), Doubrovski (2014), Colonna (2014), entre outros, a fim de esclarecer os conceitos trabalhados. 

Biografia do Autor

Roseane Graziele da Silva, Universidade de Santa Cruz do Sul

Professora da rede de educação básica. Mestra em Letras pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Samara Alves, Universidade de Santa Cruz do Sul

Professora da rede de educação básica de ensino. Mestra em Letras pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Juliane Vargas Welter, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutora em Letras - Estudos Literários, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora adjunta do Departamento de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Referências

REFERÊNCIAS

ABREU, Caio Fernando. Ovelhas negras: (de 1962 a 1995). Porto Alegre: L&PM, 2002.

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Publicado

2017-08-01