ONETTI BARROCO: UMA INVENÇÃO DA CRÍTICA LITERÁRIA?

Autores

  • Amanda Fanny Guethi Universidade Federal de São Carlos
  • Wilson Alves-Bezerra

Resumo

pelo menos a década de 1950, a obra ficcional do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti (1909-1994) vem sendo lida, por uma parcela da crítica especializada, a partir de uma curiosa – senão sintomática para algumas produções literárias do século XX – dicotomia: ora barroca, ora não barroca, entendidas ambas as posições como positivas a depender do objetivo da apreciação crítica e da concepção a respeito do literário que sustentam tais posturas. Isso se percebe, por um lado, no significativo número de textos críticos que aproximam a literatura de Onetti do barroco, e, por outro, no estabelecimento de um conjunto de elementos que especifica o estilo onettiano, mas que funciona tanto para afirmá-lo como tipicamente barroco – e exaltá-lo por isso –, como para negá-lo – o que, também, lhe rende elogios. Este trabalho tem por objetivo, assim, apresentar brevemente o referido panorama das relações entre a crítica do barroco como chave de leitura para a produção literária de Onetti, esboçando i) algumas implicações de certos estigmas promovidos por análises canônicas, como, por exemplo, a cristalização de uma imagem de autor e de sua obra; e ii) algumas hipóteses sobre as motivações que instigaram a relação do barroco ao estilo onettiano.

Biografia do Autor

Amanda Fanny Guethi, Universidade Federal de São Carlos

Licenciada em Letras Português/Espanhol pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da mesma intituição.

Wilson Alves-Bezerra

Doutor em Letras (literatura Comparada) pela UERJ. É professor adjunto da UFSCar - na graduação e no Programa de Pós-graduação em Estudos de Literatura. 

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Publicado

2018-07-27