BUDA NA COR DE ROSA: VESTÍGIOS DE UM PRÍNCIPE INDIANO EM TRÊS OBRAS DE JOÃO GUIMARÃES ROSA

Autores

  • Bruno Mazolini de Barros Mestre e doutorando em Teoria da Literatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Resumo

Os percursos da fortuna crítica acerca da obra de João Guimarães Rosa abarcam temas dos mais variados, que vão da linguística à sociologia, da narratologia ao estudo dos símbolos. O presente artigo aborda a presença de referências budistas na obra do autor mineiro, uma questão ainda pouco trabalhada na literatura brasileira de modo geral. No caso de Guimarães Rosa especificamente, este texto trata especialmente de alguns poemas Magma (1936), de um dos quatro prefácios de Tutaméia (1967), “Aletria e Hermenêutica”, e da narrativa “Cipango”, de Ave, Palavra (1970). A investigação parte tanto de elementos orientais presentes na obra João Guimarães Rosa quanto de indicações sobre o tema na própria fortuna crítica do autor mineiro. O desenvolvimento desse tópico dá-se considerando o que Francis Utéza explicita sobre a elaboração de questões metafísicas-religiosas em textos rosianos, na forma como elas coexistem com componentes regionalistas. Por meio desses três textos citados acima, observa-se que, na literatura brasileira, figuram temas e personagens que podem estar deslocados de sua origem, mas que, na arte de Guimarães Rosa, fazem parte do Brasil.

Biografia do Autor

Bruno Mazolini de Barros, Mestre e doutorando em Teoria da Literatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Doutorando em Teoria da Literatura, bolsista CNPq. Participante do grupo de pesquisas Cartografias narrativas: redes e enredos de subjetividade, PUCRS, no qual se estuda romances portugueses publicados a partir do ano 2000.

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Publicado

2018-11-03

Edição

Seção

Estudos Literários