O MITO DA BELEZA E AS REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM UM ÚTERO É DO TAMANHO DE UM PUNHO

Autores

  • Julia Palma Ramôa Correio Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

O livro Um Útero é do Tamanho de um Punho, de Angélica Freitas, foi lançado em 2012 e permanece sendo uma das obras de poesia contemporânea de autoria feminina mais relevantes dos últimos anos, principalmente por ter antecipado a difusão de temas associados à terceira onda feminista que estamos vivendo. A partir de poemas selecionados do livro, o presente artigo se propõe a explorar as nuances dos estereótipos femininos e desenvolver reflexões acerca da maneira como os valores patriarcais da ditadura da beleza impostos ao corpo-mulher — nomenclatura designada por Paul B. Preciado—influenciam na autonomia deste, seja por estipular critérios de uma ordem estética, seja pela adoção de uma moral reguladora de condutas. Para tanto,o suporte teórico desta análise contará particularmente com as ponderações de Simone de Beauvoir e Naomi Wolf na tentativa de estabelecer um diálogo entre as temporalidades específicas dos estudos de cada uma delas convergindo sobre a atual situação da mulher na sociedade.

Biografia do Autor

Julia Palma Ramôa Correio, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduada em Letras Português/Literaturas na UFRJ e atualmente cursa o Mestrado em Literatura Brasileira pelo Programa de Letras Vernáculas da UFRJ.

Referências

BEAUVOIR, S. O segundo sexo: fatos e mitos, volume 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

BEAUVOIR, S. O segundo sexo: a experiência vivida, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

IVÁNOVA, A. Como age, pensa e o que é uma mulher. Disponível em <http://www.suplementopernambuco.com.br/edições-anteriores/77-capa/1943-como-age,-pensa-e-o-que-é-uma-mulher.html.>. Acesso em: 22 jun. 2018.

LAROUSSE. Dicionário enciclopédico ilustrado. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007.

PRECIADO, P. B. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo: n-1 edições, 2017.

RICH, A. Quando da morte acordamos: a escrita como re-visão. In: BRANDÃO, I; CAVALCANTI, I; COSTA, C. L.; LIMA, A. C. A.(Org.).Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas (1970-2010). Florianópolis: EDUFAL; Editora da UFSC, 2017. p.64-83.

WOLF, N. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1992.

Downloads

Publicado

2019-01-19