Transgressão Feminina

Emília Freitas e a transgressão da realidade através da narrativa fantástica

Autores

  • Adrianna Alberti Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
  • Fábio Dobashi Furuzato Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Resumo

Interessa nesse artigo o romance A Rainha do Ignoto de Emília Freitas (1855-1908), publicado originalmente em 1899, tendo sido reeditado em 1980 e 2003. A escritora cearense foi participante ativa do meio letrado de sua época e publicou textos em prosa, poemas e artigos em jornais e periódicos, além de uma peça de teatro. Em sua obra permeia traços de autobiografia e críticas sociais a escravatura negra e indígena, a vida doméstica cearense e críticas políticas dissimuladas. A obra a ser analisada é considerada o primeiro romance de aspecto fantástico na literatura nacional, sendo importante seu resgate para a revisão historiográfica desse gênero no Brasil. Busca-se desenvolver análise com o objetivo de compreender os elementos fantásticos da obra, detidamente na questão da transgressão da realidade através a narrativa fantástica. Uma vez que o gênero literário fantástico pode ser caracterizado pela desestabilização da realidade, verossimilhante a realidade extratextual, a partir de um elemento sobrenatural, gerando uma dúvida sobre sua existência, o que intensifica efeitos como medo, angústia, terror. Utiliza-se a concepção de David Roas (2014), que define o fantástico como uma categoria estética, cujo intuito é colocar em dúvida os limites e a validade da forma como se percebe o real.

Biografia do Autor

Adrianna Alberti, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Mestra pelo Programa de Mestrado Acadêmico de Letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS (2019), com área de concentração em Historiografia Literária, onde apresentou a dissertação "A Rainha do Ignoto de Emília Freitas: a personagem feminina como elemento da transgressão da realidade na narrativa fantástica". Bacharela em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS em 2013, destacando-se a pesquisa com a Teoria Psicanalítica em diálogo com Literatura, em especial Literatura Fantástica. Graduanda em Bacharel em Letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS. 

Fábio Dobashi Furuzato, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Graduado em Jornalismo, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp - Bauru, 1993), e, em Letras, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 1998). Mestre em Teoria e História Literária: Literatura brasileira (2002) e Doutor (2009), na mesma área, pela Unicamp. Professor no Ensino Superior, desde 2002; atuando, de 2008 em diante, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Leciona nos cursos de Licenciatura em Letras (Port./Ingl. e Port./Esp.), bem como nos Mestrados Acadêmico e Profissional em Letras, na Unidade Universitária de Campo Grande (UUCG). Como pesquisador, trabalha principalmente com os seguintes temas: literatura brasileira contemporânea, Murilo Rubião, gênero fantástico, contos. Desenvolve atualmente um projeto de pesquisa sobre as principais abordagens teóricas e interpretativas sobre a literatura fantástica, ao mesmo tempo em que examina as principais obras literárias analisadas pelos teóricos do gênero.

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Publicado

2020-07-27