NAS ENTRELINHAS DE UMA HISTÓRIA DE AMOR: A DITADURA ARGENTINA NO CONTO QUARTA VERSÃO DE LUISA VALENZUELA

Autores

  • Lilian Lima Gonçalves dos Prazeres Universidade Federal do Espírito Santo
  • Adelia Maria Miglievich-Ribeiro Universidade Federal do Espírito Santo

Resumo

Esta análise faz parte da pesquisa de tese de doutorado em andamento, na qual os corpos, vozes e trânsitos presentes na obra da escritora argentina Luisa Valenzuela, inseridos num contexto de repressão política e autoritarismos, são objetos de estudo. Aqui nos concentraremos no conto Quarta Versão, que compõe o livro Troca d’Armas, da escritora contemporânea supracitada. Esta autora viveu na Argentina durante o período ditatorial, conhecido como “Guerra Suja” (1976-1983) e teve suas obras censuradas, acabando por recorrer ao exílio. Tal experiência está retratada em títulos como Troca d’Armas e Novela Negra com Argentinos. A autora escolhe a voz feminina para recontar a história, desde uma ótica distinta da versão oficial, aproveitando para expor os sistemas de opressão de gênero e quebrar tabus. Intentamos aqui o registro desse momento político crítico pela voz feminina e feminista ao narrar, em primeiro plano, o caso de amor entre Bella e Pedro – um embaixador. Buscamos observar ainda, em nossa crítica literária, possíveis contribuições do chamado “feminismo decolonial” e “feminismos outros” no debate de gênero, inspiradas em Betty Lerma (2010), Rocio Martín (2013), Josefina Ludmer (2007), Maria Lugones, Gloria Anzaldúa, dentre outras.

Biografia do Autor

Lilian Lima Gonçalves dos Prazeres, Universidade Federal do Espírito Santo

Lílian Lima Gonçalves dos Prazeres é doutoranda em Letras, com área de concentração em Estudos Literários, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mestre em Letras, com área de concentração em Estudos Literários, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pesquisa as relações de gênero na literatura com base na crítica literária feminista, crítica pós-colonial e decolonial. Participa do Núcleo de Estudos em Transculturação, Identidade e Reconhecimento. Participa do Programa de Mobilidade Internacional UFES – Università Ca’Foscari di Venezia. É bolsista Capes.

Adelia Maria Miglievich-Ribeiro, Universidade Federal do Espírito Santo

Adelia Miglievich-Ribeiro é doutora em Ciências Humanas, com área de concentração em Sociologia, pelo PPGSA-IFCS-UFRJ. Pós-Doutora em Educação pelo Proedes-Uerj, com ênfase na história intelectual. Hoje, é professora do departamento de ciências sociais na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), atuando nos programas de pós-graduação em Letras (mestrado e doutorado) e de Ciências Sociais (mestrado). Pesquisa intelectuais e circulação do conhecimento. Dedica-se, hoje, aos desafios do pós-colonial e do decolonial para uma epistemologia auto-reflexiva. Publicou artigos e livros. Coordena o Núcleo de Estudos em Transculturação, Identidade e Reconhecimento. É bolsista PQ-Produtividade-CNPq, nível 2.

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Publicado

2017-12-01

Edição

Seção

Estudos Literários