Mantos de veludo com franjas de algodão: a figura diabólica no Fausto, de Goethe, e em "A igreja do diabo", de Machado de Assis

Autores

  • João Pedro Lima Bellas Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo

Em sua produção literária, Machado de Assis manteve um constante e intenso diálogo com a tradição intelectual ocidental, tanto no que diz respeito aos modelos clássicos de escrita quanto aos temas tratados em suas obras. Por esse motivo, uma análise de natureza comparativa que leve em consideração esse aspecto intertextual da produção machadiana é capaz de proporcionar um olhar interessante sobre o texto do autor. Desse modo, o presente artigo pretende fazer uma abordagem nesse sentido, propondo uma leitura comparativa entre o conto “A igreja do Diabo”, e a primeira parte do Fausto, de Goethe, focalizando, sobretudo, a representação da figura diabólica presente em ambas as obras. O objetivo da análise aqui proposta é explicitar a maneira como os dois escritores exploraram uma personagem bastante significativa da cultura ocidental, esclarecendo as semelhanças e as diferenças entre ambas as representações, para tratar de uma temática universal e atemporal: a condição humana.

Biografia do Autor

João Pedro Lima Bellas, Universidade Federal Fluminense (UFF)

João Pedro Bellas é doutorando em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), sob orientação do prof. dr. André Cabral de Almeida Cardoso e com bolsa fomentada pela CAPES. Possui mestrado em Literatura Brasileira e Teoria da Literatura e licenciatura em Filosofia pela mesma universidade. Integra os grupos de pesquisa Estudos do Gótico (CNPq), coordenado pelos profs. drs. Júlio França e Luciana Colucci, e História e Ontologia da Ficção/Basanos (CNPq), coordenado pelo prof. dr. Fernando Muniz. Sua produção recente pode ser encontrada nos sites https://uff.academia.edu/Jo%C3%A3oPedroBellas e https://sobreomedo.wordpress.com.

Referências

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Publicado

2019-10-28

Edição

Seção

Estudos Literários