Ruínas tropicais

Pervivência da Tropicália no filme Durval Discos

Autores

  • Lucas de Sousa Serafim Universidade Federal de Santa Catarina - Programa de Pós-Graduação em Literatura
  • Carolina da Nova Cruz Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

O artigo pretende investigar as repercussões do movimento Tropicália (1967-69) no Brasil dos anos 1990 em diálogo com a atualidade, através da aproximação de textos teóricos e obras de arte tropicalistas com o filme Durval Discos (2002) de Anna Muylaert, com destaque para a trilha sonora. O filme se passa numa loja de discos em São Paulo, em que o advento do CD torna a venda de LPs um ato obsoleto e restrito a uma esfera limitada de colecionadores nostálgicos. A trilha sonora, povoada pelas faixas intensas que remetem à Tropicália, contrasta, a princípio, com o espaço privado acanhado da loja de Durval e com a vida pacata dos personagens, à parte da metrópole turbulenta. A partir disso, o trabalho procura examinar diferenças dos contextos culturais da década de 60 para os anos 1990 que, no primeiro momento, foram palco para a criação de determinadas manifestações artísticas e, décadas depois, põem em jogo, através da arte cinematográfica, a permanência de ruínas tropicais: estilhaços de experiências que conservam a potência negativa de questionamento e transformação do presente.

Biografia do Autor

Carolina da Nova Cruz, Universidade Federal de Santa Catarina

Aluna regularmente matriculada no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGLit-UFSC) no nível de mestrado. Possui bacharelado em Letras português pela mesma instituição. Atua principalmente nas seguintes áreas: Estudos Intersemióticos; Estudos Comparatistas; Teoria da Literatura; Teoria do Cinema; Teoria da Modernidade."

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Publicado

2020-11-03

Edição

Seção

Estudos Literários