Feminismo decolonial em Teresa Cárdenas e Miriam Alves

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Resumo

O continente americano exibe diversidades quando pensamos na economia, no acesso à escolaridade, à saúde, dentre outros. No entanto, alguns comportamentos herdados nos aproximam, principalmente considerando a América latina. Um deles é o tratamento dado às mulheres. Se a América latina dispõe de um índice grande de inequidades e abusos em relação às mulheres, talvez um reflexo de muitos séculos de colonização espanhola e portuguesa, o índice de desigualdade e violência aumenta sobremaneira quando colocamos na equação a vida das mulheres negras. Este artigo traz reflexões sobre o feminismo decolonial presente na escrita de duas escritoras negras latinas, uma de Cuba e uma do Brasil. Trata-se de duas narrativas: um diário – Cartas para Minha Mãe, de Teresa Cárdenas, e um conto – “Cinco Cartas para Rael”, parte da coletânea Mulher Mat(r)iz, de Miriam Alves. Partiremos do embate entre as opressões de gênero e raça regidas pelo patriarcado a fim de chegarmos a um apelo contra essas opressões, observadas nas personagens protagonistas femininas de Cárdenas e Alves. Para além de refletirmos sobre como essas personagens representam-se dentro desse sistema, analisaremos também as personagens sexistas patriarcais, homens e mulheres, em ambas as narrativas, para então problematizarmos os desabafos das protagonistas femininas negras com relação ao racismo, sexismo e colonialismo. Reprovando os privilégios, a opressão e a discriminação da sociedade patriarcal, essas personagens se mostram fortes, a ponto de, por meio de suas escritas, se libertarem das agonias cotidianas.

Palavras-chave: Feminismo decolonial. Teresa Cárdenas. Miriam Alves. Patriarcado

Biografia do Autor

Flávia Andrea Rodrigues Benfatti, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Graduação em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1990), mestrado em Teoria Literária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2005) e doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo-USP (2013). Atua como professora adjunto IV da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (PPLET). Pesquisadora do grupo de pesquisa Gênero e Raça da UNESP de São José do Rio Preto - SP. É líder do grupo de estudos e de pesquisa (GERS - UFU) registrado no diretório de pesquisa do CNPq, desenvolvendo projeto de pesquisa intitulado Gênero, Raça e Sexualidades em Narrativas Modernas e Contemporâneas.

Cláudia Maria Ceneviva Nigro, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) - Campus de São José do Rio Preto.

Graduação em Licenciatura em Letras pela UNESP (1986), mestrado em Letras Estudos Literários (1994) e doutorado em Letras Estudos Literários (1999), ambos pela UNESP - Campus de São José do Rio Preto e Pós-doutorado (2003) pelo IEL/UNICAMP. Atualmente é Livre Docente em Crítica Literária - professora associada - efetiva da UNESP. Credenciada no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPG-Letras) da UNESP, Campus de São José do Rio Preto. É líder do Grupo de Pesquisa Gênero e Raça, cadastrado no CNPq. 

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Publicado

2022-09-26