AMBIENTES AQUÁTICOS DIFERENCIADOS AGREGAM ESPECÍFICAS COMUNIDADES DE PLANTAS AQUÁTICAS?
Resumo
A literatura internacional indica que ambientes aquáticos de regiões áridas podem apresentar elevada produtividade e atividade biológica, sendo reconhecidos como “ilhas de fertilidade” justapostas a áreas desérticas. O Estado do Ceará é o segundo maior em extensão de áreas inundadas e o quarto em maior número de lagoas temporárias. Os ambientes lênticos rasos são considerados sistemas com alta produtividade, porém, esses ambientes se tornam temporários em regiões semiáridas, sendo caracterizados por sua natureza cíclica, envolvendo períodos chuvosos alternados por estações secas. Por outro lado, os ambientes lênticos permanentes possuem fatores limitantes ao estabelecimento das comunidades vegetais aquáticas como o comprimento da coluna d’água e da zona eufótica. Assim como nos ambientes lóticos, cuja dinâmica hidrológica representa um forte filtro ambiental para o estabelecimento de comunidades de plantas aquáticas. Desse modo, o presente trabalho objetivou uma análise dos inventários florísticos realizados em ambientes aquáticos continentais da região semiárida do estado do Ceará a fim de avaliar padrões diferenciados de composição e de riqueza das comunidades vegetais aquáticas entre os diferentes sistemas. Como resultado deste inventário, 50 famílias, 141 gêneros e 295 espécies de angiospermas aquáticas foram encontradas, compreendendo de hidrófitas submersas à helófitas tolerantes a inundações (ou anfíbias). Dentre as espécies amostradas, 28 são exóticas para o estado, sendo 17 representantes de Poaceae. A família com maior número de representantes foi Cyperaceae, com 65 espécies, seguida por Poaceae (41 spp.) e Fabaceae (27 spp.). E finalmente, tendo em vista a natureza do ambiente, a hipótese considerada foi corroborada pois não se observou diferenças na composição das espécies entre os ambientes temporários e permanentes. Porém, os ambientes lênticos temporários não foram os detentores de uma maior riqueza de Angiospermas aquáticas.
Publicado
2017-05-31
Edição
Seção
XXXV Encontro de Iniciação Científica
Licença
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