DOS ANIMAIS ÍNFIMOS: A ZOOLOGIA POÉTICA DE MANOEL DE BARROS

Autores

  • Naryany Morais Juvencio
  • Fernanda Maria Abreu Coutinho

Resumo

O presente estudo tem como ponto de partida a investigação da presença dos animais na obra de Manoel de Barros (Cuiabá, MT, 1916 - Campo Grande, MS, 2014), que, recorrentemente, é voltada para o ínfimo, para o chão e para os seres que lá habitam (lesmas, lacraias, lagartixas, sapos, rãs, etc.) e que estão distantes de uma valoração positiva do ponto de vista estético. A natureza da representação dos animais na poesia de Manuel de Barros enfatizada neste estudo indica que ocorre uma aproximação entre o homem e o animal, assim como uma ressignificação da figura do homem como ser racional. Uma outra constante na obra do escritor mato-grossense é a presença da figura da criança, e o seu olhar capaz de ressignificar o universo ao seu redor, a a figura do eu-lírico e o resgate de suas memórias. Através da perspectiva da literatura comparada, este trabalho - que faz parte do projeto de pesquisa: “Dos animais ínfimos: a zoologia poética de Manoel de Barros”,- tem como objetivo contribuir para a discussão dos Estudos Animais por meio da análise da utilização da figura do animal na poesia de Manoel de Barros, tendo como mediador a percepção da criança. A priori, em razão da extensa obra, delimitamos a pesquisa a quatro livros específicos: Compêndio para uso dos pássaros (1960), Concerto a céu aberto para solos de aves (1991), Retrato do artista quando coisa (1998) e Memórias inventadas (2008). Utilizamos como metodologia a leitura de trabalhos que contemplam a fortuna crítica do autor, postulados teóricos sobre os Estudos Animais e publicações relativas à infância. Este trabalho se encontra em fase inicial e os resultados irão se constituir, conforme o avanço da pesquisa. Inicialmente iremos expor um inventário das ocorrências sobre animais na Poesia Completa de Manoel de Barros.

Publicado

2017-05-31

Edição

Seção

XXXV Encontro de Iniciação Científica