ANÁLISE PROTEÔMICA DE NINHOS DE ESPUMA DE ANUROS

Autores

  • Samuel Araujo de Oliveira
  • Saulo Gonçalves de Santiago Bezerra
  • Mirella Leite Pereira
  • Vânia Maria Maciel Melo
  • Denise Cavalcante Hissa

Resumo

Os ninhos de espuma de anfíbios são estruturas estáveis utilizados para a deposição de ovos e manutenção de girinos fora do meio aquático. Esse modo reprodutivo é evolutivamente importante para a transição de um ambiente aquático para um terrestre; possuindo diversas funções para o desenvolvimento dos girinos, como fornecimento de oxigênio e de nutrientes, proteção contra raios ultravioletas e contra predadores e aumento da taxa de crescimento. Apesar de ser um fenômeno que desperta curiosidade, pouco se conhece sobre a composição proteica dos mesmos. Sabe-se, atualmente, que os ninhos de espumas de anfíbios são uma rica fonte de proteínas e que proteínas surfactantes e lectinas parecem ter um papel fundamental. Dessa forma, o atual estudo teve por objetivo acessar, comparar e analisar o proteoma de ninhos de espuma de espécies que ocorrem no Ceará: Leptodactylus vastus, L. macrosternum, Physalaemus cuvieri e P. albifrons. Os ninhos foram coletados no período chuvoso no estado do Ceará entre os meses de fevereiro e abril de 2017. Cada amostra foi submetida a uma SDS-PAGE-Tricina, sendo cada raia dividida em 5 quadrantes. As proteínas foram reduzidas, alquiladas, digeridas com tripsina, retiradas do gel e levadas para análise no espectrômetro de massa. Foram identificadas 307, 605, 2.130 e 1.924 proteínas para os ninhos de L. vastus, L. macrostenrum, P. cuvieri e P. albifrons, respectivamente. Somente um grupo de proteínas foi comum para todos os ninhos de espuma: bifunctional purine biosynthesis protein. Dentro do gênero Leptodactylus, apareceram 4 grupos de proteínas em comum, e no gênero Physalaemus, 66 grupos. Nenhuma das proteínas já isoladas dos ninhos de espumas foi identificada em L. macrosternum, P. cuvieri e P. albifrons. Portanto, esse fato corrobora com resultados anteriores de que cada ninho possui uma composição bioquímica distinta, o que é mais um indício da existência novas proteínas surfactantes, que são raras na natureza.

Publicado

2017-11-08

Edição

Seção

XXXVI Encontro de Iniciação Científica