TRADUÇÃO E ESTUDO NARRATOLÓGICO DE DÁFNIS E CLOÉ, DE LONGO SOFISTA - PARTE II

Autores

  • Daniel de Carvalho Santos Pinheiro
  • Orlando Luiz de Araujo

Resumo

Na primeira parte do nosso projeto de PIBIC, dedicamo-nos à tradução do texto grego antigo e ao estudo do romance pastoril Dáfnis e Cloé, de autoria de Longo, o sofista, publicado por volta do século II d.C. Realizada a tradução, e iniciados a revisão e os estudos pormenorizados sobre a obra e o autor, agora, nossa atenção se volta para o seu gênero literário e para a sua época. Segundo Montero(2007), se por um lado o romance — ou a novela, conforme as preferências de nomenclatura — é visto como o mais moderno de todos os gêneros literários, por outro, sua gênese remonta à antiga Grécia. Todavia, segundo Gual (1973), sua produção tardia (I a.C. até aprox.VI d.C) e a sua apreciação popular (um ensaio para uma literatura de consumo), fez com que não adentrasse na famosa classificação aristotélica dos gêneros literários e recebesse o desprezo dos eruditos bizantinos. Assim, sem um gênero próprio, passou a ser visto como um subgênero oriundo do entrecruzamento de relato histórico e de tema dramático do qual, infelizmente, embora o grande espaço temporal de produção e a apreciação popular, só nos restam cinco exemplares completos ou com poucas lacunas textuais, entre eles Dáfnis e Cloé. Desse modo, a partir do geral para o específico, visamos a: trazer um entendimento do gênero literário dessas “ficções em forma de relato histórico de argumento amoroso” — como nos sintetiza Gual (1973) a partir da definição de Juliano, o apóstata — doravante romance antigo grego; observar de que modo Longo e sua obra impacta o gênero; estudar como o fenômeno cultural da Segunda Sofística, centro da maturidade do gênero, segundo Gual (1979), influenciou a obra de Longo que, por sua vez, fez com que o gênero se aproximasse do topo do nível de qualidade literária do seu tempo, segundo Perry (1967); e entender como Longo se distancia e se aproxima dos seus pares, uma vez que Longo não produziu sozinho, pois falamos, segundo Mendoza (1979), de uma produção literária de quase 700 anos.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica