TRADUÇÃO, AUTORIA E ESTILO: OS EFEITOS ESTILÍSTICOS QUE VIAJAM ENTRE O GREGO E O PORTUGUÊS E A QUESTÃO DE AUTORIA NA TRADUÇÃO DE UM TEXTO

Autores

  • Lucas Matheus Vasconcelos Santos
  • Orlando Luiz de Araujo

Resumo

A tradução é um processo que ocorre através das décadas, possibilitando que um mesmo texto seja lido em vários idiomas. Sabemos que tal processo é complexo e exige muito trabalho do tradutor, uma vez que cada língua possui seu próprio estilo e seus próprios efeitos textuais. O projeto em questão teve como objetivo a tradução do romance grego “Dáfnis e Cloé” - escrito por Longo Sofista por volta do século II d.C. -, para o português brasileiro. Vale ressaltar que esta tradução será a primeira oficial em nosso idioma. Durante o processo tradutório, nos deparamos com as características estilísticas de cada língua. Cada idioma se mostrou único e, por isso, tivemos que agir como verdadeiros tradutores/autores para que o resultado final em português alcançasse ou se aproximasse do sentido, do colorido e do contexto pastoril e amoroso do original em grego, ainda que encaixados nos efeitos estilísticos da língua portuguesa. Isso nos fez refletir acerca da questão da autoria no processo de tradução e nos levou à pergunta de partida do nosso trabalho se um tradutor, no exercício de retextualização, também não se tornaria um autor. O resultado da pesquisa aponta para uma resposta afirmativa, uma vez que tivemos que analisar os efeitos estilísticos do grego e transformá-los em estratégias narrativas utilizadas na língua portuguesa, sem que o sentido original fosse “perdido”. O romance ainda passa pelo processo de revisão, mas pudemos chegar à conclusão de que cada língua possui seus próprios mecanismos linguísticos, para atingir os sentidos desejados, e o tradutor, no seu ofício de tradução, torna-se, também, um autor ou, no mínimo, um coautor.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica