EDUCAÇÃO E VELHICE FEMININA: DESAFIOS INTERSECCIONAIS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS

Autores

  • Kelly Maria Gomes Menezes

Resumo

O processo de envelhecimento da população é uma realidade brasileira e mundial, e que possui um contundente componente de gênero, haja vista o fenômeno de feminização da velhice. Embora a população velha, especialmente as mulheres, esteja vivendo mais, seu crescimento não é acompanhado de políticas públicas que garantam os seus direitos. Dentre esses, a educação emerge como um desafio no que tange ao seu direcionamento a mulheres na fase da velhice. Esta pesquisa foi fruto da tese de doutoramento em Educação e teve como objetivo geral analisar os significados que as mulheres velhas – participantes de um Programa de EJA em Fortaleza (CE) – atribuem à educação, para compreender se essa experiência influencia em suas vidas, na perspectiva de gênero. Para tanto, lançou-se mão da pesquisa de natureza qualitativa, com auxílio das pesquisas de tipo bibliográfica, documental e de campo, além das seguintes técnicas para obtenção das informações: observação direta e entrevista não estruturada baseada no método História Oral Temática. O estudo contou com a participação de cinco mulheres velhas alunas da EJA, cujas narrativas foram interpretadas à luz da Hermenêutica-Dialética. As percepções, sobre o retorno ou acesso pela primeira vez aos estudos, foram reunidas em três categorias empíricas: lazer/sociabilidade, cidadania/pertença, liberdade/autonomia. Esse terreno de tensões que articulam, dialeticamente, opressões e resistências possibilita o encontro com o(a) outro(a), cuja identificação fortalece os sujeitos. Dessa forma, os significados foram muito diversos, mas todos concorreram para a necessidade de ampliação de espaços educacionais para as mulheres, especialmente na velhice, onde possam reconhecer demandas singulares no decorrer de todas as fases de suas vidas.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XI Encontro de Docência no Ensino Superior