SENTIDO E SIGNIFICAÇÃO: A INTERAÇÃO COMUNICATIVA ENTRE AS VOZES DOS HUMANOS E DOS ANIMAIS NA OBRA GARABOMBO, EL INVISIBLE

Autores

  • Paulina Alexandra Soares Felipe
  • Roseli Barros Cunha

Resumo

Na obra Garabombo, el invisible (1972), segundo romance da pentalogia La Guerra Silenciosa, Manuel Scorza (1928 – 1983), escritor neoindigenista, apresenta ao leitor um relato instigante, em que coloca à prova os valores humanos frente aos valores dos animais. As obras scorzianas dão continuidade ao relato de um conflito iniciado com a colonização, que é o da exploração do autóctone, que insere ao longo do tempo seu comportamento, levando características europeizadas que acabariam influenciando a cultura na América Latina, além de instigar discussões políticas. A presente pesquisa de mestrado do programa de pós-graduação em Letras objetiva verificar de que forma as concepções de linguagem pertencentes ao estudo de Mikhail Bakhtin (1895 – 1975) presentes em Problemas da Poética de Dostoiévski ([1963] 2010) e Estética da criação verbal ([1979] 1997) estão presentes na obra Garabombo, el invisible (1972), a partir dos diálogos entre humanos e animais, dentro dos aspectos metodológicos de análise e comparação de pesquisadores consagrados como Dunia Gras em Manuel Scorza: la construcción de um mundo posible (2003) e do Riso e da luta (2011) de Suely Reis e Cláudia Luna. Os resultados parciais de que dispomos em nosso estudo, demonstram que Manuel Scorza, pertencente ao movimento neoindigenista, apresenta por meio da obra Garabombo, el invisible, uma nova forma de escritura, que contempla uma construção modernizada, característica das produções do pós-boom. Verificamos até o momento, que os diálogos travados entre os homens e os animais, objeto de nosso estudo, obedecem uma construção marcada pela interação, ora definida por excessos de comportamento, no que diz respeito ao desequilíbrio provocado por questões tensas, como a guerra política e consequentemente social, ora pelo companheirismo e até mesmo inveja da altivez dos animais, mais precisamente os cavalos, que ao longo de toda a obra mostram-se, por meio de seu discurso, mais equilibrados e sensatos que os homens.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XI Encontro de Docência no Ensino Superior