UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO INCLUSIVO DE BOTÂNICA

Resumo

A elaboração de modelos didáticos tem se revelado uma proposta efetiva para melhoria do processo de ensino-aprendizagem. A utilização de modelos didáticos favorece a memória e o desenvolvimento do pensamento psíquico e crítico, possibilitando o acesso à informação de forma mais clara e concisa, o que não é diferente para pessoas com deficiência. Para estudantes com baixa visão, por exemplo, os modelos didáticos de alto-relevo, e com diferentes texturas, além de auxiliarem a aprendizagem, atuam no processo inclusão desse público que muitas vezes é marginalizado no processo educativo. O objetivo desta pesquisa foi construir modelos didáticos de Botânica e aplicá-los durante as aulas da disciplina de Morfologia, Sistemática e Fitogeografia de Angiospermae, como parte de uma atividade da Disciplina de Estágio Docente I, do PPGSIS – UFC, em uma turma do curso de Agronomia da UFC. Foram construídos dois modelos relacionados à taxonomia botânica e morfologia floral, referentes às peças florais, respectivamente, sépalas e pétalas. Tendo como base o supergrupo das Asterídeas, foram elaborados 13 modelos, contemplando as famílias botânicas ocorrentes no Estado do Ceará: Bignoniaceae, Lamiaceae, Solanaceae, Apiaceae e Asteraceae. Estes foram feitos, essencialmente, de massa de biscuit e EVA. Os modelos didáticos foram manuseados pelos alunos em aula, mostrando a relação entre estrutura, função e o modelo didático. Os estudantes mostraram interesse, principalmente pelos modelos didáticos que representavam estruturas que são difíceis de visualizar em material vivo, mesmo com o auxílio de lupa, por exemplo, o estilete ginobásico de Lamiaceae e a flor de Asteraceae. Os alunos videntes argumentaram que os modelos contribuíram para a aprendizagem, materializando conceitos por meio da prática. Após o pré-teste o próximo passo será trabalhar com alunos de baixa visão com este mesmo material.