KANT E O SUBLIME EM DELEUZE

Autores

  • Lucas Oliveira de Lacerda
  • Ada Beatriz Gallicchio Kroef

Resumo

O filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995) interpreta o conceito de “sublime” do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) como a gênese do ato de pensar no pensamento. A partir disso, o objetivo da pesquisa foi investigar a relação do conceito kantiano de “sublime” na filosofia de Deleuze. Para isso, através da metodologia de estudo do livro “A filosofia crítica de Kant” (1963), obtivemos os seguintes resultados: 1) O pensamento não é um exercício natural do homem, ao contrário, o homem precisa ser forçado a pensar por forças sensíveis que instauram um ato de pensar no próprio pensamento; 2) Deleuze interpreta o conceito kantiano de “sublime” como essas forças sensíveis que violentam o homem, afetando-o e forçando-o a pensar e a criar; 3) Deleuze atribuiu ao sublime kantiano a gênese do ato de pensar no pensamento que violenta as faculdades do sujeito transcendental (sensibilidade, imaginação e entendimento) forçando-as a transcender seus próprios limites e provocando um acordo discordante entre as faculdades. "No Sublime, a imaginação entrega-se a uma atividade de todo em todo diferente da reflexão formal. O sentimento do sublime é experimentado diante do informe ou do disforme (imensidade ou potência). Tudo se passa então como se a imaginação fosse confrontada com o seu próprio limite, forçada a atingir o seu máximo, sofrendo uma violência que a leva ao extremo do seu poder" (DELEUZE, 1963, p. 57). Por fim, concluímos que Deleuze enxerga na terceira crítica de Kant a gênese de uma nova imagem do pensamento que se opõe a antiga imagem dogmática do pensamento das duas primeiras críticas. “A crítica da faculdade do juízo. Ele chega à idéia de que é preciso que as faculdades se relacionem desordenadamente, que se oponham e se reconciliem, mas que haja uma batalha das faculdades e não mais as medidas que justifiquem um tribunal. Ele lançou sua teoria sobre o sublime em que as faculdades entram em discordância, em acordos discordantes” (DELEUZE, 1996, p. 45).

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

VI Encontro de Cultura Artística