O ENSINO DO MITO DE ORIGEM DO BRASIL NAS ESCOLAS E A RESSIGNIFICAÇÃO DA (R)EXISTÊNCIA DOS POVOS ORIGINÁRIOS

Autores

  • Raquel Costa Araujo
  • Suene Honorato de Jesus

Resumo

O projeto de extensão Cine Descoberta traz a proposta de trabalhar a visibilidade indígena dentro e fora da universidade. Em 2019, realizou, entre outras atividades, exibição de filmes e documentários em escolas estaduais e projetos voltados para o público adolescente. Os materiais exibidos foram a série Guerras do Brasil.doc e o filme Espelho Nativo. Essas produções visam discutir a história, cultura, luta e autorrepresentação dos povos indígenas. Este trabalho objetiva relatar como o projeto de extensão Cine Descoberta contribui para fomentar na escola as discussões acerca do ensino da história e cultura dos povos indígenas, previsto pela Lei 11.645/2008, relacionando-o com a discussão feita por Ailton Krenak sobre o mito de origem do Brasil. Ailton Krenak é ambientalista, escritor brasileiro e líder indígena. No documentário Guerras do Brasil.doc, dirigido por Luiz Bolognesi, Krenak expõe o quanto nós, brasileiros, ainda observamos a história da perspectiva de um certo “mito de origem”, pois continuamos envoltos na afirmação de que o Brasil foi um país descoberto pelos portugueses e que sua chegada às terras brasileiras foi pacífica. Tal perspectiva eurocêntrica, por vezes, é reforçada na escola, e contribui para o apagamento da resistência dos povos indígenas, frente aos ataques que sofreram ao longo dos anos de colonização, e que sofrem até os dias atuais. A partir das discussões suscitadas pelos documentários, foi possível observar que os/as estudantes passaram a se fazer perguntas como: afinal, a história do Brasil tem uma única versão, ou nos foi inviabilizado descobrir que há outra? Tal pergunta ajuda a compreender as relações entre os discursos históricos e a marginalização dos povos indígenas na sociedade brasileira.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

VI Encontro de Cultura Artística