UMA INTRODUÇÃO À ÉTICA DE SPINOZA PARA PENSAR OS AFETOS NA FILOSOFIA E NA ARTE CONTEMPORÂNEA

Autores

  • Bruna Nogueira Ferreira de Sousa
  • Lucas Oliveira de Lacerda
  • Gabriel Mitzrael Nogueira Pinto
  • Oscar de Queiroz Holanda Neto
  • Arthur Siebra Barreto
  • Ada Beatriz Gallicchio Kroef

Resumo

Benedictus de Spinoza (1632-1677) deduz na sua Ética (1677), a partir de sua teoria dos afetos, uma filosofia prática em que o ser humano busca ser livre através do conhecimento das forças externas que o determinam e da promoção de uma vida conduzida pela produção de bons encontros, dos quais se possam seguir bons afetos e o aumento da potência de existir. Com isso, a pesquisa teve como objetivo traçar os pressupostos ontológicos e epistemológicos necessários para fundamentar a teoria da afetividade spinozana e sua relação com a filosofia e a arte contemporânea. Através da metodologia de estudo grupal do livro Ética e da produção e execução de minicurso introdutório sobre a obra para alunos da turma 2019 do Mestrado em Artes do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGARTES/UFC) obteve-se os resultados que se seguem. Spinoza identifica Deus com a Natureza enquanto uma realidade imanente que se autoproduz. O ser humano; enquanto modo finito dessa realidade, sendo constituído por outros dois modos finitos que se relacionam de forma paralela - corpo e mente; é parte dessa realidade autoproduzida e integralmente submetido, como todas as outras partes, às suas leis causais necessárias que regem o comportamento das coisas naturais. Assim, o corpo tem a capacidade de afetar e ser afetado por outros corpos de muitas maneiras, o que, paralelamente, leva a mente a ser capaz de produzir ideias sobre o que acontece no corpo. Com isso, o que é afeto no corpo é simultaneamente afeto na mente. Dessa forma, é na vida afetiva que se produzem os afetos, que são variações do conatus enquanto potência de existir, esforço contínuo de perseverar na própria existência. Conclui-se que Spinoza foi “o filósofo que mais avançou no estudo da teoria dos afetos – e que é, direta ou indiretamente, fonte da maioria dos trabalhos contemporâneos nesse campo” (HARDT, 2007), tanto das pesquisas filosóficas quanto das artísticas que têm como centralidade os afetos na relação entre corpo e mente.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

VI Encontro de Cultura Artística