CAPITALISMO, ESCOLA E EDUCAÇÃO INTEGRAL: FORMAÇÃO CULTURAL OMNILATERAL NA PERSPECTIVA SOCIALISTA

Resumo

O presente artigo aborda a construção e trajetória do conceito de educação integral amplamente utilizado na atualidade na perspectiva liberal-burguesa contrapondo-o à perspectiva socialista com a contribuição do pensamento marxiano de formação omnilateral. O modo de produção capitalista necessita de uma escola com o ideal de educação liberal-capitalista como instrumento de reprodução da mão de obra qualificada, dos valores e das ideias da classe dominante para perpetuar o ciclo de exploração do capital sobre a força de trabalho ou a formação profissional dos trabalhadores. Levanta-se então a seguinte questão: seria possível mesmo em uma escola pública controlada pelas forças do capital desenvolver uma formação cultural crítico-emancipatória com atuação contrária aos interesses do capital para o despertar ético-crítico de educandos e educadores numa perspectiva socialista transformadora? O objetivo é refletir sobre a dimensão emancipatória da educação integral como proposta de formação cultural para a escola pública e a classe trabalhadora. Trata-se de parte de uma pesquisa de doutorado EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL: REFLEXÕES ACERCA DA FORMAÇÃO PARA O ESCLARECIMENTO E A AUTONOMIA NA PERSPECTIVA DE ADORNO cuja metodologia é natureza qualitativa, teórica, de cunho bibliográfica e baseada no materialismo histórico-dialético. Entre os resultados, ressalta-se que os elementos da formação omnilateral tem por finalidade político-filosófica superar a educação dualista e a formação unilateral, limitada a reprodução social dos valores da classe dominante por meio da educação integral emancipatória que desenvolve a racionalidade crítica e ética com todos os seus sentidos físicos e espirituais, valorizando a riqueza subjetiva da sensibilidade humana e libertando-a da razão instrumental, da semiformação e da alienação.