O FINANCIAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO: O TURISMO DO CEARÁ NO CENTRO DO ARRANJO ENTRE O ESTADO, O CAPITAL E OS BANCOSMULTILATERAIS DE DESENVOLVIMENTO

Autores

  • Raquel Dantas do Amaral

Resumo

Este artigo objetiva compreender como o financiamento multilateral para o desenvolvimento influencia o planejamento territorial, a partir do caso do Ceará. O conceito de desenvolvimento em toda sua história foi construído e disseminado pelas grandes instituições multilaterais, permeado por influências políticas e econômicas principalmente norte-americanas. Dentre essas instituições,destacam-se os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento por carregarem, além de ideias – ou ideologias, vultosos pacotes financeiros que facilitam a consecução do seu próprio entendimento de desenvolvimento. Ao longo do século XX, o Estado brasileiro, a partir da sua função precípua de planejar o território e de prover a base para o desenvolvimento capitalista, ora absorveu o conceito predominante internacional de desenvolvimento, ora buscou oferecer novas saídas para um país da periferia capitalista. O Ceará, um estado com mais da metade da sua população entre vulneráveis a pobreza, pobres e extremamente pobres (Censo de 2010), 16º estado no ranking nacional do PIB, é o terceiro maior mutuário do Brasil em crédito externo, atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro. Esses dados conectados em uma mesma frase indicam que há algo fora do lugar, que valeria a pena ser desvelado. Como um estado pobre consegue tomar tanto empréstimo internacional? Como esses financiamentos compõem a política de desenvolvimento do Estado do Ceará? Qual é o modelo de desenvolvimento que vem sendo implementado pelo Governo do Estado do Ceará desde o Governo das Mudanças (1987-2006)?

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

I Encontro de Produção de Pesquisa Científica de Servidores Docentes e Tec.-Adm.