PAISAGEM SONORA COMO CONCEITO: TUDO OU NADA?

Autores

  • Thais Amorim Aragao

Resumo

Há cerca de cinquenta anos, entre o fim dos anos 1960 e o início da década seguinte, o compositor, educador e pesquisador canadense R. Murray Schafer estabeleceu na Simon Fraser University, Canadá, o grupo de pesquisa e educação chamado World Soundscape Project. A partir daquele momento, cursos foram oferecidos, livros foram publicados e investigações locais e intercontinentais foram realizadas, sempre mobilizando a noção emergente de paisagem sonora (tradução de "soundscape" para a língua portuguesa). Desde então, o termo tem inspirado inúmeros trabalhos acadêmicos pelo mundo, tornando-se uma das mais influentes ideias que hoje permeiam os estudos sobre o som. No presente artigo, levantaremos a seguinte indagação: como a paisagem sonora tem sido tratada conceitualmente? Neste trabalho, serão discutidos questionamentos que vêm emergindo nos últimos anos sobre paisagem sonora e sobre como ela vem sendo usada academicamente. O objetivo é compor um quadro crítico para uma melhor compreensão do que implica evocar essa ideia em pesquisas sobre som nos dias de hoje, cinquenta anos depois do surgimento do projeto canadense. Esse quadro pode nos ajudar a articular de maneira mais adequada a ideia de paisagem sonora ou eventualmente reavaliar a necessidade de convocá-la, em favor do rigor em sua adoção como conceito e na condução de análises em que ela é tomada como parâmetro. Este trabalho encontra-se publicado em forma de artigo no periódico acadêmico Música Hodie (v. 19, 2019), sendo resultado de estudos desenvolvidos em nível de doutorado em Ciências da Comunicação, defendido em 2018 na Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, em São Leopoldo (RS).

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

I Encontro de Produção de Pesquisa Científica de Servidores Docentes e Tec.-Adm.