O CONTEMPORÂNEO DA ARTE CONTEMPORÂNEA

Resumo

Alguns historiadores da arte definem a arte contemporânea como sendo um movimento artístico que surge na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial, a partir da década de 40, e que tem a sua consolidação na década de 60. Entretanto, outros historiadores da arte discordam dessa definição de arte contemporânea, como sendo um movimento artístico, com um surgimento datado cronicamente, e definem a arte contemporânea como sendo a arte produzida hoje, na atualidade. Diante desse impasse, o objetivo da pesquisa foi investigar o que é o contemporâneo da arte contemporânea e descobrir se existe algum critério válido para definir uma obra de arte como sendo contemporânea ou não. Para isso, através da metodologia de estudo grupal dos textos “O que é o contemporâneo?” (2006), de Giorgio Agamben, “O que é o contemporâneo?” (2017), de Peter Pál Pelbart, e “Arte contemporânea é arte pós-conceitual” (2016), de Peter Osborne, obtivemos os seguintes resultados: 1) Para Agamben, o contemporâneo é um relação singular com o tempo, uma relação de distanciamento e aproximação. Para ele, o contemporâneo é uma relação de intempestividade, desconexão, dissociação, deslocamento, discronia, inatualidade, anacronismo e não-coincidência com o espírito da época; 2) Para Pelbart, o contemporâneo é um ethos, uma atitude frente à atualidade, um modo de sentí-la e de pensá-la, de agir e de se conduzir, uma maneira singular de pertencer a um presente e reivindicar uma ação; e 3) Para Osborn, o contemporâneo é uma ficção de que vivemos no mesmo tempo e da mesma maneira. Para ele, a ficção do contemporâneo tenta apagar as diferentes experiências múltiplas e singulares do tempo. Por fim, concluímos que não existe um consenso acerca do que é o contemporâneo da arte contemporâneo, entretanto constatamos que dentre as diversas definições, aquela que mais se destaca é a definição de que o contemporâneo é uma relação singular com o tempo.