ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DE UMA AULA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM AUXÍLIO A COMPREENSÃO DO CONTEÚDO DE ZOOLOGIA (AVES): A EXPERIÊNCIA DE FUTUROS DOCENTES.

Resumo

Ao longo da disciplina Biologia de Campo Aplicada ao Ensino (BCAE), curso de Ciências Biológicas, uma das atividades principais é a organização de aulas inclusivas para Pessoas com Deficiência (PcD). A medida busca incentivar a formação docente através da produção de materiais didáticos de baixo custo com utilização de metodologias e procedimentos didáticos que possam dar suporte ao ensino inclusivo através da sensibilização. A aula planejada por nossa equipe teve como tema Evolução e Anatomia das Aves, mostrando parte da avifauna da cidade com uma aula de campo no Parque do Cocó, para demonstrar a importância da conservação do meio ambiente por meio da escuta da vocalização das aves, visualização do comportamento e identificação por meio da cor, forma e tamanho da ave. Toda atividade foi conduzida com parte dos alunos voluntários com venda (simular deficiência visual) e parte sem venda Como alternativa para facilitar a aprendizagem de alunos com deficiência visual, foram construídos modelos morfoanatômicos de algumas aves, com a utilização de materiais caseiros como massa de biscuit, farinha, cola, materiais de artesanato e recicláveis para a texturização de partes anatômicas específicas padronizadas. A diferença de texturas padronizadas produzidas por diferentes materiais possibilitou que os alunos explorassem de maneira interativa e cognitiva, proporcionando um conhecimento mais integral acerca do conteúdo. A experiência nos permite concluir que não é possível estabelecer um caminho único para tornar as aulas acessíveis e compreensíveis aos alunos cegos e com baixa visão, sendo necessário a sensibilidade e o estudo de aspectos particulares de cada um. Nós, como futuros professores, devemos refletir e agir para garantir a inclusão de pessoas com deficiência, e isso só é possível através de práticas formativas com foco em técnicas inclusivas e simulação da realidade dos deficientes nos cursos de graduação.