AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA. PERSPECTIVA DA POPULAÇÃO VULNERÁVEL EM UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Guilherme Gomes de Oliveira Sombra
  • Manoela Moura de Sousa
  • Mariana Fraga Soares
  • Bruna Almeida Quinto
  • Tatiana Monteiro Fiuza

Resumo

Introdução: Automutilação deliberada é a destruição direta ou alteração de tecido do corpo sem intenção consciente de suicídio, que resulta em ferimentos graves e lesões, ocorrendo em diversas faixas etárias, principalmente em adolescentes. O Programa de Educação para o Trabalho Interdisciplinar (PET) oportuniza aos estudantes ampliar a gama de experiências em sua formação. Objetivos: Objetiva-se relatar a experiência de estudantes do PET em ambulatório multidisciplinar em saúde do adolescente. Metodologia: Relato de experiência descritivo e qualitativo, escrito por alunos de fisioterapia, medicina e psicologia da UFC. Resultados: Durante nove meses de atividades do PET junto a uma instituição de proteção social de Fortaleza, abordando adolescentes em situação de vulnerabilidade social, casos de automutilação se tornaram constantes e ganharam mais atenção perante profissionais e estudantes. Tais situações estão fortemente atreladas a demandas de saúde mental como transtornos de ansiedade, crises de pânico, sintomas depressivos e baixa autoestima. Observou-se que as demandas refletem fases e transformações características da faixa etária e do adolescer, não somente quanto ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, mas ao enfrentamento de questões como autoaceitação, inserção na sociedade, planejamento de carreira e intensificação dos relacionamentos afetivos e familiares. Também notou-se que, em alguns casos, os praticantes de automutilação eram influenciados por amigos e colegas, como marca de pertencimento a um grupo social ou roda de amigos. Conclusão: Automutilação em adolescentes é tema indispensável para estudos e práticas em saúde e necessita cada vez mais de discussão entre profissionais, educadores e pais. Deve-se integrar conhecimentos e intervenções atreladas às mídias sociais e a práticas de educação em saúde, e preparar profissionais e discentes ao atendimento em saúde mental, liderados por psicólogos, como por meio de grupos Balint.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Experiências Estudantis