DETROIT: BECOME HUMAN E O ESTIGMA EM ERVING GOFFMAN: REFLEXÕES SOBRE OS VIDEOGAMES E SUA UTILIZAÇÃO DIDÁTICA EM SALA DE AULA.

Resumo

Este trabalho é resultado de uma experiência em sala de aula: um seminário apresentado na disciplina de Sociologia III, do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará, abordando os conceitos presentes na obra “O Estigma”, do autor Erving Goffman, também conhecido por escrever "A Representação do Eu na vida cotidiana". A partir da leitura, foi feita uma transição entre dos conceitos de Estigma, estigmatizado e os agentes sociais que lhe envolvem. O presente trabalho faz, para além da exposição dos principais conceitos, uma reflexão acerca da escrita de Goffman em que se pensa a sociedade a partir da interação entre os indivíduos, através dos moldes de uma representação dramatúrgica, porém, reduzida na prática social entre as figuras do “ator” e da “plateia”. Para Goffman, os sujeitos de uma sociedade estariam sempre atuando, numa forma teatral, porém na esfera social, e por isso, os chama de atores sociais. Diante disso, surge a oportunidade de conciliar a escrita e as obras do autor ao jogo Detroit: Become Human, um jogo eletrônico produzido pela Quantic Dream e publicado pela Sony Interactive Entertainment para as plataformas PlayStation 4 e Microsoft Windows PC, cuja trama gira em torno de personagens androides de uma Detroit futurista, que, em dado momento, após o surgimento de um “vírus” denominado RA-9, começam a tomar consciência de si mesmos e desenvolver atitudes adversas ao comportamento programado; algo que, aparentemente, os faz agir como se fossem humanos dotados de emoções, sentimentos e valores. Os androides atingidos pelo vírus determinam uma nova raça denominada de “Divergentes”. A partir dessa história, procuramos desenvolver os conceitos de Estigma presentes na obra, interpretando o jogo e sua história no sentido de diversificar a exposição dos conceitos, refletindo sobre práticas didáticas para o ensino de Sociologia no Ensino Médio.