PERCEPÇÕES DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM DURANTE VISITA A UM ANTIGO LEPROSÁRIO NO ESTADO DO CEARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Vitoria Moura Amaral
  • Emanuela Aparecida Teixeira Gueiros
  • Mauricelia da Silveira Lima

Resumo

A hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae, é uma doença crônica, infectocontagiosa, que acomete principalmente os nervos superficiais da pele (BRASIL, 2017). Nos séculos passados, devido ao desconhecimento de sua etiologia, ausência de tratamento, deformidades físicas características e alta transmissibilidade, a mesma foi causa de grande temor. Após tentativas, sem sucesso, de tratá-la e diante da situação de medo da sociedade, no século VII adotou-se como medida de controle a internação compulsória dos doentes em instituições fechadas conhecidas como leprosários (CUNHA,2002). Considerando o impacto epidemiológico desses locais, os alunos da graduação em enfermagem visitaram um antigo leprosário durante a disciplina de Epidemiologia Especial. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência desta visita, destacando sua contribuição acadêmica. Trata-se de um relato de experiência, construído a partir da visitação de um memorial sobre um antigo leprosário no estado do Ceará. Foram percorridas salas temáticas, que retratam o período histórico da construção do leprosário e expõem as condições de vida e de assistência as quais eram submetidos os moradores; além de uma sala interativa, que possibilita vivenciar as sensações que as vítimas sentiam no momento da internação. A experiência permitiu compreender as consequências da falta de conhecimento sobre a doença, bem como os efeitos da segregação social na vida das pessoas vítimas da hanseníase. Toda a situação vivida pelos moradores do leprosário possibilitou fazer considerações acerca de determinantes de saúde, aspectos éticos na assistência e desenvolvimento de tratamentos, além de motivar uma reflexão sobre valores humanos. A vivência além de contribuir para a sensibilização acerca do tema, destaca o papel da educação em saúde como ferramenta de inclusão, uma vez que por meio desta pode-se esclarecer os fatores que outrora contribuíram para a estigmatização da doença e que, infelizmente, perduram na sociedade.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Experiências Estudantis