POESIA ENTRA NO MUSEU?

Resumo

O Museu de Arte da UFC, inaugurado em 1961 como um equipamento público vinculado à Universidade Federal do Ceará, surge como um espaço que visa, resguardar e incentivar as artes plásticas no estado. Configura-se, pois, enquanto um lugar que condensa momentos significativos da vida artística cearense e brasileira. Assim, a formação de seu acervo dialoga com o processo histórico de constituição da Universidade, bem como com o próprio desenvolvimento das artes plásticas do Ceará. Em 2019, busca-se a implantação de um Núcleo Educativo por meio do Programa Institucional de Bolsas de Inovação (PIBI). Durante esse período, os bolsistas desenvolveram metodologias de mediação para a recepção de públicos, bem como um produto final que terá como objetivo o enriquecimento e o desenvolvimento de trabalhos realizados no museu. No âmbito da literatura, campo de legitimação e de hierarquias que se instauram no ambiente acadêmico e social, percebeu-se que os artistas que compõem o circuito fixo do MAUC também estavam demasiado presentes no campo literário cearense. Desse modo, as prosas poéticas adentraram as portas do Museu de Arte da UFC desde sua fundação. Para tanto, tem-se um Antonio Bandeira poeta e pintor, um Descartes Gadelha que faz traduções intersemióticas do texto verbal para o texto visual, encontram-se exposições temporárias em que o visual é enriquecido pelo literário, uma mostra em que mulheres produziram uma crítica feminista em textos pictóricos, desenhos, crochês, por meio de um poema. Destarte, durante o segundo semestre, pensou-se em possibilidades de inclusão de textos poéticos durante as mediações. Para tanto, iniciou-se esse processo com o poema que dá origem ao quadro de Antônio Bandeira chamado “Cidade queimada de sol”. Assim, apresentar-se-á reflexões acerca das potencialidades da utilização de textos poéticos como recurso dialógico entre diferentes linguagens, especialmente através das ações educativas museais.