AFETIVIDADE E SERVIDÃO HUMANA NA ÉTICA DE SPINOZA

Autores

  • Bruna Nogueira Ferreira de Sousa
  • Arthur Siebra Barreto
  • Iago Marques Barbosa
  • Lucas Eduardo de Lima Teixeira
  • Maria Aparecida de Paiva Montenegro

Resumo

Na sua Ética (1677), Benedictus de Spinoza (1632-1677) propõe uma filosofia prática em que o ser humano exerce sua liberdade através do conhecimento das forças externas que o determinam e da promoção de uma vida conduzida pela produção de bons encontros, dos quais se possam seguir bons afetos e o aumento da potência de existir. Assim, a afetividade e a servidão humana têm importância central no projeto ético de Spinoza. Por isso, a pesquisa teve como objetivo a análise da teoria dos afetos e da servidão. Através do estudo, no Grupo de Estudos em Spinoza (GES – PET Filosofia UFC), das Partes III e IV, respectivamente intituladas de “A origem e a natureza dos afetos” e “A servidão humana ou a força dos afetos”, avaliou-se os aspectos que se seguem. O ser humano; enquanto modo finito da realidade imanente, sendo constituído por outros dois modos finitos que se relacionam de maneira paralela - corpo e mente; é parte dessa realidade autoproduzida e integralmente submetido, como todas as outras partes, às suas leis causais necessárias que regem o comportamento das coisas naturais. Com isso, o corpo tem a capacidade de afetar e ser afetado por outros corpos de muitas maneiras, o que, paralelamente, leva a mente a ser capaz de produzir ideias sobre o que acontece no corpo: o que é afeto no corpo é simultaneamente afeto na mente. Dessa forma, é na vida afetiva que se produzem os afetos, que são variações do conatus enquanto esforço de perseverar na própria existência. É a partir disso que a servidão pode ser entendida como a ignorância daquilo que faz bem ou mal e para superá-la é preciso, utilizando a razão como ferramenta para entender e avaliar os afetos, que o ser humano atue para que sua vida aconteça segundo o que convém com sua natureza, deixando de ser conduzido pelo acaso das paixões e produzindo bons encontros através do conhecimento do que compõe sua existência. Conclui-se que, a partir da análise dos afetos, se produz um conhecimento capaz de superar a servidão.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

VI Encontro de Programas de Educação Tutorial