COLÔMBIA DO COMEÇO DO SÉCULO XXI: ESTADO ENXUTO E MILITARIZAÇÃO

Resumo

Em meados da segunda metade do século XX, um novo fator globalizante inaugura uma série de transformações nos aparelhos estatais do sul da América. Mundialmente houve um encadeamento de reformulações do capitalismo a fim de gerar respostas para uma crise econômica mundial. Sem dúvida, todos esses processos de implementação de medidas neoliberais em território sul-americano foram e ainda são encorajados por forças globalizantes de caráter imperialista. Além disso, estas mudanças se tornam ainda mais profundas nos países onde não se elegeram governos progressistas na virada do século, como no caso colombiano, que além disso, incrementou os dispêndios com a militarização do combate ao narcotráfico. Assim, partir de uma coleta de dados sobre os aspectos sociais e econômicos da Colômbia, temos como finalidade deste trabalho comparar as mudanças nos gastos públicos sociais e de militarização ocorridas no país entre 2009 e 2018, utilizando de argumentos de autores vinculados à teoria decolonial. A base de dados trabalhada é constituída por documentos oficiais do governo colombiano, que através da Contaduría General de la Nación, disponibiliza boletins a respeito desses gastos. Temos como resultados preliminares um notável decréscimo nos valores atribuídos a direitos básicos dos cidadãos, como por exemplo a saúde, que ao contrário das despesas com a Defesa Nacional, sofreu uma drástica diminuição nos fundos alocados à mesma. Um dos fatores que está associado a essa abrupta mudança, foi o caráter de aprofundamento das reformas neoliberais iniciadas ainda no final do século XX e continuadas nos governos dos presidentes Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos.