“ TRABALHANDO FORA EU NÃO AGUENTAVA”: UM ESTUDO SOBRE A PERMANÊNCIA DE COSTUREIRAS NO TRABALHO A DOMICÍLIO INFORMAL.

Resumo

O presente estudo visa compreender os processos de permanência de costureiras em situação informal de trabalho. Para tanto, será usado como base teórica a Psicologia Social do Trabalho, mais precisamente estudos sobre as tensões que envolvem as relações de informalidade, sofrimento psíquico e as funções psicossociais que o trabalho exerce nesse contexto laboral para essas mulheres. A pesquisa se configura como de abordagem qualitativa, de cunho exploratório.Desse modo, para alcançar os objetivos propostos foram realizadas 3 entrevistas semiestruturadas com costureiras informais do setor de confecção de Fortaleza -CE. Elas foram contatadas por meio da técnica “bola de neve”, tendo em vista do caráter exploratório do estudo. Portanto, para a análise dos dados, nos utilizamos da Análise de Conteúdo elaborando quatro categorias relacionadas com a realidade laboral dessas mulheres. As seguintes: Trajetórias entre o trabalho formal e o informal; Relações frágeis de trabalho; Implicações do trabalho a domicílio e trabalho domiciliar; Funções Psicossociais do Trabalho. Como resultado, encontramos que essas mulheres permanecem nesse trabalho por diversos fatores, relacionados principalmente a sua identidade em ser costureira e sua condição de ser mulher em sociedade. Encontramos também significações acerca do trabalho e articulações em modo de negociação, num indício da ação da trabalhadora em seu meio.