A ARTE COMO INSTRUMENTO DE RE-EXISTÊNCIA NAS PERIFERIAS DA CIDADE DE FORTALEZA
Resumo
O presente trabalho discute o papel da arte como instrumento de resistência no âmbito do racismo institucional e do genocídio da população das periferias da cidade de Fortaleza. Para isso, analisamos poemas declamados nos coletivos culturais e saraus da cidade. A análise dos poemas e a discussão a respeito da literatura como forma de resistência contra a opressão sofrida pela população das periferias da cidade serão realizadas em meio a um diálogo com conceitos de Achille Mbembe, Giorgio Agamben, Judith Butler, Luís Fábio Silva Paiva, Michel Foucault, Rômulo Silva e Geovani Jacó Freitas. A partir da literatura pesquisada, que tem como autores poetas como Jardson Remido, Madame Satã, Nina Rizzi e Talles Azigon, entre outras e outros, foi possível verificar que, de acordo com os poemas em análise, a população das periferias de Fortaleza está caracterizada como inimiga social do Estado e, sendo assim, torna-se uma inimiga coletiva da qual a sociedade precisaria se proteger. A partir do processo de criminalização de parte desse corpo social, ficou estabelecido um estado de exceção para essa população. Por conseguinte, ela acabou por criar uma maneira de (re)existir por meio da arte e da literatura, performando sua resistência em saraus que acontecem quase diariamente por toda a Fortaleza. A pesquisa se tornou possível graças à Bolsa de Iniciação Acadêmica da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Ceará.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
IV Encontro de Iniciação Acadêmica
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