A ECONOMIA SOLIDÁRIA NA FEIRA AGROECOLÓGICA COMO FORMA DE AUTONOMIA DOS AGRICULTORES FAMILIARES E AGROECOLÓGICOS

Resumo

O diagnóstico da comercialização dos produtos orgânicos e agroecológicos no Ceará implica na realização de estudos interdisciplinares, com focos diferenciados e complementares. Neste sentido, o presente estudo se direciona à economia solidária, a qual vem sendo acreditada como uma saída e resposta para muitas das demandas sociais. As feiras agroecológicas ou orgânicas podem acontecer como política pública ou através da mediação de ONG’s. Nelas, as vendas acontecem por cadeias curtas, onde o produtor é também o vendedor, mantendo relações diretas com os consumidores dos produtos. Essa relação é chamada de relações de reciprocidade, onde a relação produtor x consumidor, troca os valores da oferta e demanda por valores humanos e necessidades, uma relação também de confiança. O objetivo da pesquisa é analisar se existem e como são aplicados os princípios da economia solidária na Feira Agroecológica e Solidária de Itapipoca, CE. Para isso, foram identificados na literatura os princípios da economia solidária e sua aplicação nas práticas dentro da feira e sua relação com agroecologia, através de visitas à feira e aplicação de questionários direcionados a organizadores, consumidores e agricultores/vendedores. Os resultados preliminares sugerem a existência de princípios da economia solidária na feira, tais como: valorização social do trabalho, reconhecimento do lugar da mulher na economia, comércio justo e que a relação com a agroecologia vai além da relação harmoniosa com a natureza. Os agricultores veem nessas feiras uma forma de geração de renda com relativa autonomia em relação ao mercado e estratégia de inclusão social. Assim, embora passem desapercebidos ou parecendo falácias, as feiras agroecológicas e solidárias incorporam princípios da economia solidária entre organizadores, vendedores/ agricultores, de forma a se estender aos consumidores por relações de reciprocidade.