A IDENTIFICAÇÃO E O ÓDIO AO ESTRANGEIRO NO DISCURSO DE FIGURAS POLÍTICAS DA ATUALIDADE NO BRASIL
Resumo
No Brasil houve uma série de movimentos nas sucessivas eleições à presidência em que os candidatos se utilizaram de manejos eleitorais, como discursos, slogans, planos e símbolos de campanha. Sendo possível abordar esses movimentos a partir de vários ângulos, parte-se do pressuposto de que a dimensão psicológica pode, também, ser um meio de compreender o fenômeno que caracteriza uma eleição. Para tanto, discutiremos - a partir da dimensão especificada anteriormente, utilizando os conceitos psicanalíticos de "identificação", "estrangeiro" e "ódio" - o que caracteriza uma massa eleitoral; como os eleitores se unem e se organizam diante de um futuro candidato à presidência; como os discursos, slogans e símbolos de campanha podem engendrar uma identificação por parte do eleitorado e quais as implicações disso para um país dito democrático e laico. Pretende-se situar o atual governo, posto que neste percebe-se para além de manejos eleitorais, a presentificação, no discurso, do ódio ao estrangeiro e a promoção, na prática, de uma aniquilação de toda e qualquer forma de diferença e alteridade a favor de um ideal coletivo, homogêneo e "igualitário". Quanto à metodologia, o presente estudo parte de uma revisão bibliográfica dos escritos de autores como Sigmund Freud, Dominique Fingermann, Betty Fulks e Mauro Mendes Dias, juntamente com uma análise dos discursos, pronunciamentos, entrevistas e a escassa produção acadêmica sobre o atual governo. Conclui-se, portanto, que o ideal coletivo de homogeneidade e unidade coletiva presente no atual governo, cuja formulação comporta a presentificação do ódio ao estrangeiro, não é condizente com as diversas formas de diferença e alteridade presentes em um país democrático e laico.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
IV Encontro de Iniciação Acadêmica
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