ANÁLISE DE ILHA DE CALOR URBANA EM FORTALEZA

Autores

  • Douglas da Silva Teixeira
  • Lidia de Oliveira Rodrigues
  • Francisco Rubens Xavier Vieira
  • Afranio de Araujo Coelho

Resumo

As áreas urbanas sofrem com construções e infraestruturas que impermeabilizam o solo, como é o caso do asfalto, estradas, edificações, etc que tomam o espaço da vegetação, tornando as cidades mais quentes em relação às zonas rurais. Este fenômeno é chamado de Ilha de Calor Urbano (ICU) e se deve, basicamente, ao aumento do albedo em grandes centros urbanos. O maior gasto com energia elétrica e saúde pública, maior emissão de gases do efeito estufa e poluentes atmosféricos, e a diminuição da qualidade da água por poluição térmica são problemas causados pela ICU. Além do mais, uma parcela da população sofre mais intensamente com as consequências do aumento da temperatura, como é o caso de crianças e idosos. Diante de tal problema, buscamos descobrir se Fortaleza apresenta características vinculadas ao fenômeno da ICU. Neste sentido, iniciamos uma comparação estatística com dados de temperatura do ar entre Fortaleza e São do Gonçalo do Amarante, cidades com o mesmo perfil climatológico, situadas na região litorânea e próximas espacialmente. Com efeito, foi observado que Fortaleza apresenta temperaturas de dois a três graus centígrados mais quentes, em média, no período noturno, aspecto característico de uma ICU. Paralelamente, analisamos dados de óbitos de idosos entre estas duas cidades e constatamos que Fortaleza apresentou uma taxa de mortalidade até 16,5% a mais que São Gonçalo do Amarante. Este fato lança uma alerta às autoridades municipais quanto ao conforto térmico de Fortaleza, de modo a serem tomadas providências compensatórias, como o aumento de áreas verdes, implantação de jardins verticais, telhados verdes nos edifícios do centro urbano, limitação da altura de edificações e investimento em estruturas que aumentem a área permeável do solo.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

IV Encontro de Iniciação Acadêmica