EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO NO TERCEIRO SETOR: EM BUSCA DE NOVAS FORMAS DE GERIR

Autores

  • Isadora Dlourdes AraÚjo Cavalcante
  • Yasmin Mariane Andrade do Nascimento
  • Maria de NazarÉ Moraes Soares

Resumo

As organizações do terceiro setor estão inseridas em ambiente competitivo, ao mesmo tempo que apresenta dinâmicas diferentes de organização, que apontam para novas formas de gerar renda através da produção e comercialização coletiva (Bessant & Tidd, 2009; Sccott & Goboy, 2015; Gaiger, 2008). O objetivo da pesquisa é identificar as formas inovadoras de organização no terceiro setor a partir da percepção de artesãos cearenses, caracterizando o modo como as organizações do terceiro setor administram o trabalho coletivo, especificamente sob o enfoque das relações interpessoais existentes neste contexto. A estratégia de pesquisa orienta-se pela perspectiva da história oral, que privilegia as vozes de sujeitos à margem das dinâmicas socioeconômicas, prezando pela representatividade de outras formas de organização da produção e comercialização por meio da alteridade e de uma visão pós-colonial da Administração (Meihy, 2002; Ramos, 1989; Spivak, 2010). A coleta de dados ocorreu a partir de entrevista semiestruturada realizada junto a artesãos da Associação de Artesãos da cidade de Camocim, um município do noroeste cearense. Os resultados apontam para a importância das relações interpessoais informais e flexíveis, sem estruturas hierárquicas, como dinâmicas essenciais para a construção de grupos de trabalhos em associações, cooperativas ou grupos informais. É possível observar que as relações informais e as discussões entre os indivíduos da organização são baseadas na solidariedade e na alteridade, visto que, existe uma democrática conversação entre os participantes. Os atores percebem que a formalidade resulta em uma profissionalização que os valoriza no mercado, os auxilia a empreender no terceiro setor, nesse sentido, eles compreendem que podem manter suas estruturas de relações interpessoais flexíveis ao mesmo tempo que se instrumentalizam, inovando em suas formas de autogestão, a fim de posicionar-se no mercado e alcançar mais clientes.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

IV Encontro de Iniciação Acadêmica