ENTRE O HUMOR E A TRAGÉDIA: MARIELLE FRANCO COM ALVO DE SÁTIRAS NO TWITTER

Autores

  • Matheus Tomaz da Silva
  • Geisa Mattos de Araujo Lima

Resumo

O presente artigo se propõe a realizar uma leitura acerca do riso enquanto uma das ferramentas de consolidação e expressão do racismo estrutural, tomando como base para análise discursos pretensamente humorísticos a respeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, veiculados no site de rede social Twitter, a partir de março de 2018, quando se deu o crime, e que persistiram durante o ano de 2019. A pesquisa tem caráter qualitativo, identificando e analisando diversas postagens no Twitter, que evidenciam tais discursos. Tomando como referência a obra Racismo Recreativo, de Adilson Moreira, além de outras referências que possibilitam compreender o racismo estrutural, como Silvio de Almeida, Frantz Fanon, Grada Kilomba, Acquile Mbembe, bell hooks, este trabalho se propõe a analisar elementos que constituem o racismo em suas formas contemporâneas de manifestação no mundo social digital, a partir da prerrogativa humorística que vem se mostrando uma ferramenta central para desferir ataques a opositores políticos, e todas as significações que Marielle Franco assume no contexto político contemporâneo. Assim, o texto encaminha-se através de toda uma natureza reflexiva, pautando-se em bases teóricas que visam realizar esta leitura no âmbito digital, considerando as peculiaridades desse campo, e tendo em mente que a interferência política impulsiona tais narrativas em diversos aspectos. Desse modo, este trabalho, torna-se um exercício que visa compreender narrativas humorísticas pelos moldes estruturais do racismo, dentro no espectro da cibercultura, enfocando especificamente os ataques à imagem de Marielle Franco, tendo como pano de fundo o contexto político mais amplo do avanço da Direita no mundo.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

IV Encontro de Iniciação Acadêmica