PREVALÊNCIA DA TREPADEIRA INVASORA CRYPTOSEGIA MADAGASCARIENSIS BOJER E ESTRUTURA DEMOGRÁFICA EM POPULAÇÕES DE COPERNICIA PRUNIFERA (MILL.) H.E. MOORE (CARNAÚBA).

Autores

  • Marisa Queiroz MendonÇa
  • Alan Vital Pereira
  • Rafael Carvalho da Costa

Resumo

Plantas invasoras alteram habitats invadidos de forma negativa, competindo com plantas nativas, trazendo problemas ambientais e econômicos. No estado do Ceará, C. madagascariensis tem causado preocupação pois afeta a Carnaúba, palmeira fonte de cera e produtos de uso corrente pelas comunidades da região. A invasora usa as Carnaúbas como suporte, recobrindo sua folhagem e matando-as. Diante disso é necessário planejar ações de controle e avaliar o potencial de regeneração natural de populações de Carnaúba. O objetivo deste trabalho foi conhecer a prevalência de C. madagascariensis e caracterizar a estrutura de populações de Carnaúba em áreas invadidas para avaliar o potencial de regeneração. Foram estudadas populações de Carnaúba em Caucaia e Jaguaruana através de 25 parcelas de 5 x 5 m alocadas de forma sistemática em cada área. As Carnaúbas nas parcelas foram caracterizadas quando à infestação e à fase de desenvolvimento seguindo a ordem: plântula, infante, juvenil, imaturo, adulto. A prevalência de infestação concentrou-se em imaturos e adultos, 60 % em Caucaia e 69 % em Jaguaruana. A estrutura populacional foi similar entre as áreas (χ2 = 1.2301, gl = 4, P = 0.8731), caracterizada por uma forma bimodal, com uma concentração de indivíduos na fase de infante e fases mais maduras (imaturo e adulto), e escassez de plântulas e juvenis. Conclui-se que a alta incidência de infestação é direcionada às fases de desenvolvimento possuidoras de caule desenvolvido (imaturos e adultos). A estrutura populacional comum às áreas parece resultar de: 1) baixo o ingresso de plântulas, provavelmente devido a redução da reprodução de adultos e 2) alta mortalidade de juvenis que, por já possuírem caule, seriam passíveis de infestação e estariam mais vulneráveis à mortalidade devido ao tamanho reduzido. Esses efeitos comprometem a regeneração de áreas invadidas pelo baixo ingresso de plântulas e escassez de juvenis que substituam os imaturos e adultos mortos ao longo do tempo.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

IV Encontro de Iniciação Acadêmica