A ANGÚSTIA EXISTENCIAL EM FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY

Autores

  • Mellyssa CoÊlho de Moura
  • Orlando Luiz de Araujo

Resumo

A escritora inglesa Mary Shelley publica sua maior obra em 1818, Frankenstein ou o Prometeu Moderno, que reflete sobre a transgressão do papel de criador e sobre a constituição da criação resultante. A crítica da obra suscita diversas interpretações, julgando a criatura ora vítima ora culpada de seus atos grotescos contra seu criador, justificados como consequências da angústia sofrida pela ausência de auxílio nas suas escolhas. Desse modo, o filósofo francês Sartre reflete sobre a angústia como relacionada à responsabilidade, e refere-se a ela como a sensação de reconhecimento de que os homens devem escolher para si mesmos e para outros. Nessa ótica, a criatura de Frankenstein representa os anseios existenciais causados pela angústia, narrado por ela como parte de seu íntimo e constituinte de seu ser. Perspectivando essa angústia pela luz do existencialismo, tem-se que a criatura a apreende ao saber que não é a fundação de seu ser e de outros, pois o resultado de suas escolhas foge de seu controle. Destarte, o presente trabalho propõe refletir sobre a angústia vivida pela criatura criada por Shelley como uma categoria existencial. Para isso serão usados os conceitos existenciais de angústia propostos por Sartre, adicionados aos conceitos de ser propostos por Heidegger, com a finalidade de se mapear a característica existencial do romance através da atribuição dos conceitos propostos. Como resultado, almeja-se mostrar que Frankenstein atua como uma ferramenta de representação do ser existencialista, que possui na angústia o suporte na formação de si com indivíduo no mundo. Tem-se que Shelley brinda o leitor com sua criatura que metaforiza o indivíduo que se encontra em angústia por existir sozinho. O trabalho é auxiliado pela concessão de bolsa de estudo da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FUNCAP) que promove o apoio à pesquisa científica.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação