A CONSTRUÇÃO DE UNIVERSOS CINEMATOGRÁFICOS NO CINEMA CONTEMPORÂNEO
Resumo
O cinema comercial contemporâneo explora intensamente um novo modelo de produção e consumo. Desenvolvendo em audiovisual uma nova roupagem para as antigas estratégias de ampliação narrativa presente desde as histórias mitológicas, as produções cinematográficas inseridas na lógica comercial do entretenimento convertem o filme em uma parte de algo maior. Popularizam-se então as franquias cinematográficas – séries de filmes que aumentam a continuidade narrativa das produções e ganham espaço na cultura pop, integrando o imaginário coletivo por gerações. Em casos extremos, as próprias franquias se tornam partes de um todo ainda mais amplo, conectando diferentes séries em uma nova instância narrativa: os universos cinematográficos. A saga de Star Wars, o mundo bruxo de Harry Potter, a Terra Média de O Senhor dos Anéis e os filmes de super-heróis da Marvel Studios são alguns dos mais notáveis casos de universos cinematográficos. Essas histórias subvertem o ritual clássico do cinema enquanto experiência acabada em si, pontual e autossuficiente. Para as franquias e universos cinematográficos, cada ida ao cinema representa o acesso a um capítulo de uma história vasta, que continuará a ser contada nas salas de cinema pelos próximos anos, além de eventualmente ganhar ramificações em outras mídias, como a televisão, os videogames e as histórias em quadrinhos. As séries fílmicas expandidas em universos cinematográficos ditam os rumos da indústria hollywoodiana e influenciam todo o mercado, dominando a rede de distribuição com blockbusters integrados a narrativas vastas. Neste artigo, discutiremos como essa lógica especialmente desenvolvida na era da convergência midiática sugere novas formas de pensar e experienciar o cinema enquanto meio e dispositivo.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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