A DISCIPLINA DO AMOR: RELAÇÕES ENTRE MORTE E LINGUAGEM EM LYGIA FAGUNDES TELLES

Autores

  • Licilange Gomes Alves

Resumo

Lygia Fagundes Telles figura nas letras brasileiras por meio de uma ficção intrigante, cuja linguagem chama atenção da crítica através de discursos vazios, isso porque a literatura é impotente no sentido de não poder explicar, inclusive a morte. O ato de compreender, para Maurice Blanchot (1987) está ligado à ideia de morte, logo, a literatura não deve ser decifrada para não morrer. Tanto a arte literária quanto a morte tendem para o incompreensível, para aquilo cujo alcance não é dado ao sujeito. Realizou-se um estudo comparativista entre os textos ficcionais da autora e as considerações dos teóricos verificando como textos literários e teóricos dialogam acerca das relações entre morte e linguagem. Morte e linguagem são temáticas que habitam a supremacia porque sua compreensão não pode ser alcançada e como compreender é apreender, elas não se deixam ser dominadas. A literatura de Lygia Fagundes Telles atesta bem isso. Nos textos analisados, são suscitadas várias reflexões metaliterárias, dando margem para inferir que a literatura, ao falar sobre temáticas e contextos sociais diversos, também fala muito de si. É preciso perceber o que há nos entremeios dessas palavras que, aparentemente, só dizem sobre aspectos sociais, mas que, entre suas lacunas, dizem bastante a respeito daquilo que traz esse social até o leitor: a linguagem. Independente da perspectiva que se queira analisar em Lygia, é possível perceber a ínfima relação entre seus temas e a linguagem.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação