A FORMAÇÃO DISCURSIVA EM TORNO DO PROJETO DE LEI BARROSIANO APELIDADO DE “OS INDESEJÁVEIS” (1916).
Resumo
No ano de 1916, Gustavo Barroso, deputado federal pelo Partido Republicano Conservador do Ceará, apresentou o projeto de lei apelidado de “os indesejáveis”. Tal projeto de lei propunha a proibição da entrada no Brasil de sujeitos considerados indesejáveis, pois perigosos de diversas formas para a sociedade. Sendo assim, esse texto buscará, à luz do entendimento foucaultiano, problematizar as condições de possibilidade, produção e circulação de tal projeto que acreditamos estar enredado em uma malha discursiva mais ampla e num conjunto de regras determinadas no tempo e no espaço que buscaram definir, em uma dada época e para um determinado lugar social, um discurso interessado na emergência de uma “nova raça brasileira”, construindo assim, no prelúdio republicano, sujeitos (in)desejados.Tomamos neste texto a discussão em torno do projeto de lei apelidado de “os indesejáveis” apresentado em 1916 por Gustavo Barroso, deputado federal pelo Partido Republicano Conservador do Ceará, como ponto de partida de nossa análise, embora não o entendamos como ponto de partida e/ou chegada de práticas discursivas que moldaram corpos indesejáveis no prelúdio republicano. Entendemos sim esse discurso como um dos vários projetos que se correlacionaram numa inter-relação entre poderes e saberes dispersos e instituídos possibilitando a emergência de uma formação discursiva sobre determinados corpos, que foram alvos ideais das ações repressivas das autoridades republicanas no começo do século XX.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.